Dilema

Dois anos de espera pelo lar

Quatro residenciais destinados a famílias de baixa renda, no Sítio Floresta e no Obelisco, deveriam ter sido entregues em janeiro de 2015

Jerônimo Gonzalez -

O Ano-novo de 2015 deveria ser de comemoração para 1.040 famílias pelotenses contempladas com moradias do Minha Casa, Minha vida, projeto que beneficia pessoas de baixa renda. Porém, dois anos após a data inicial de entrega, os futuros moradores de quatro residenciais, distribuídos no Sítio Floresta e no Corredor do Obelisco, ainda não conheceram suas residências e sentem na rotina as recusas que recebem da prefeitura quanto aos prazos - alguns receberam ordem de despejo das suas atuais moradias. Por conta disso, uma comissão para cobrar agilidade na entrega dos imóveis foi organizada pelos moradores.

Após o atraso, a prefeitura divulgou uma segunda data para concessão: dezembro de 2016. A reportagem do Diário Popular se reuniu nesta quinta-feira (2) com um grupo de contemplados, em frente ao Residencial Acácia, uma das construções em questão. Algumas dessas pessoas visitam quase que diariamente o exterior do imóvel, a fim de compreender o andamento da obra.

As quatro moradias se distribuem no Sítio Floresta, com 280 habitações para Residencial Roraima e 280 no Residencial Amazonas; e no Corredor do Obelisco, com 240 unidades para o Residencial Azaleia e 240 no Residencial Acácia. Os trabalhos são executados pelas empresas Labore Engenharia, Zecon Engenharia e Construção e Serial Engenharia e Estruturas. Coordenadora da comissão de moradores, Fernanda Martins relata que em reuniões realizadas com a prefeitura foi apontado como motivo para o atraso da entrega das obras do Obelisco a necessidade de pavimentar a via em frente às moradias, mas a situação do Sítio Floresta ainda não tem explicação.

Foram mais de cem encontros com o Executivo - entre convocações de contemplados e escolha de plantas para habitar. O último ocorreu em janeiro e teve como pauta “noções de convivência e dicas de como cuidar dos imóveis”. Na ocasião, a data da entrega efetiva das residências não foi anunciada. “Nos falaram para ficar com o telefone do lado, aguardando, que a qualquer momento nos ligariam para assinar os contratos”, relata Janaína Santos, 25, que pretende se mudar com suas quatro filhas e o companheiro para o Azaleia.

Com uma ordem de despejo da sua atual residência para daqui dois meses, Luciana Duarte, 30, está preocupada. Sem a moradia de aluguel e com a data para assinar o contrato ainda inexistente, ela não sabe onde irá residir com seus quatro filhos. Alice Pires, 42, acredita que a situação é um desrespeito às famílias.

“Fomos sorteados e embora seja mais barato, vamos pagar, não vamos morar de graça”, desabafa. Outra futura moradora conta que algumas famílias, após encaixotar pertences para a mudança e perderem as esperanças, desfizeram a organização.

O que diz a execução
O secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Ubirajara Leal, garante que o pavimento da extensão não seria impedimento para a entrega das residências do Obelisco - que já estão prontas -, mas que esta requalificação ocorrerá até o final do mês. Já no Sítio Floresta, as obras estão 93% concluídas. “A prefeitura fez tudo o que podia e atualmente não possui nenhum débito (que impeça a entrega).” O problema com os quatro empreendimentos se deve, de acordo com Leal, a prorrogações de contratos entre construtoras e Banco do Brasil, financiador dos projetos. O diretor-presidente da Serial Engenharia, Rui Lucas, confirma que o programa Minha Casa, Minha Vida exige tratativas ao Banco do Brasil, que, por sua vez, cobra documentações das construtoras. “Estamos no aguardo da liberação dos documentos”, diz, acrescentando que a empresa prorrogou o contrato de construção dos residenciais do Sítio Floresta, que devem ficar prontos até junho e ser entregues até o final do ano. Já as obras do Corredor do Obelisco apenas esperam a confirmação dos documentos enviados pela construtora. A estimativa é de que a liberação ocorra até o final deste mês e que a entrega da chave aos moradores ocorra ainda no primeiro semestre do ano.

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